quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Atendimento de Terapia Ocupacional


Vídeo postado com autorização do paciente (Marcão).
Atendimento de terapia ocupacional, com a execução de atividade de pintura em tela, uma homenagem a nova seleção brasileira de Mano Meneses.
Marcão é um jovem rapaz (da minha idade, hehe), que está no 2° ano de jornalismo. Tenho muito orgulho dele e preciso dizer que é um prazer atende-ló e que nos divertimos muito juntos.


Autismo e Terapia Ocupacional

Olá pessoal tudo bem?
Aqui postarei textos sobre a população que hoje atendo..... paralisia cerebral, síndrome de down, autismo, convulsões de difícil controle, doenças degenerativas, deficiência visual e auditiva, entre outras possam contribuir nesse amplo campo que é a Terapia Ocupacional.

Tenho hoje dois pacientes com diagnóstico de Autismo....o que posso dizer???
São duas pessoas completamente diferente..... eu chego a desconfiar do diagnóstico de um deles e também a ter muita certeza sobre o diagnóstico do outro.
Sobre as caracteristicas que citarei abaixo, algumas se destacam no processo de tratamento, como:
A dificuldade de ambos ao aprendizado em si, diferentemente do método utilizado; a presença de risada fora de contexto ( presentes em diferentes situações); ausência do medo em situação de perigo, aventuram-se em balanços, ficando em pé e sem querer auxilio, o que nos leva a pensar em nunca deixa-lós sem supervisão de um adulto; a grande dificuldade (ou até mesmo ausência) em expressar a presença de dor, além da auto-agressividade, o que é frequente; a maneira como brincam, muitas vezes não dão ao brinquedo sua real função (por exemplo, usam um carro de brinquedo para bater na parede, quebrar, jogar no chão); não diria que não mantém contato visual, pois em diferentes situações solicitam ajuda ou a presença do terapeuta com o olhar; costumar realmente ser mais distraídos do que as demais crianças (especiais também), um ambiente com muitos estímulos interfere na atenção e no processo do atendimento; um dos meus pacientes  consegue expressar através da fala o que quer, mas também passa pelo processo da repetição e pela troca de nomes (chama um determinado brinquedo de cenoura); o outro realmente age como se fosse surdo, porém testes audiométricos indicam que não dá qualquer alteração na condução do som e por vezes é possível verificar o nível de compreensão, por exemplo quando leva uma bronca;  choro é presente nos dois, porem em condições diferentes, um chora quando chega a escola e logo para e o outro chora para conseguir algo; sobre o manter contato com outras pessoas, um deles consegue estar entre outras crianças, fica em sala de aula (até 5 alunos) e é carinhoso, já o outro é extremamente agressivo com todas as pessoas, de familiares, a demais crianças e profissionais, em ambos os casos há um dificuldade por parte dos familiares em manter  um rotina e respeita-lá, o que acarreta grande confusão e crises de agitação e choro; um apresenta boa coordenação motora grossa e fina, porem o outro não estabelece qualquer função para as mãos, utiliza-a apenas para auto-agressão e agressão a quem lhe dá apoio (para andar, por exemplo); ambos apresentam grande agitação motora, o controle é mais fácil em um deles, o outro consegue manter-se parado por no máximo um minuto; um deles não apresenta apego a nenhum objeto e o outro esse apego varia de objeto, passa uma semana inteira usando um chapéu e na outra não larga determinado DVD.

Na terapia ocupacional não pode haver diferenciação, comparação, mas acabamos fazendo isso para a conclusão de um diagnóstico situacional e junto com a fonoaudiologa da instituição, acreditamos que mesmo com algumas cacteristicas autisticas o diagnóstico deve ter contribuição dos profissionais que passam a maior parte do tempo e até mesmo dos professores.
Em uma das visitas ao colégio de um deles, foi possível verificar que o comportamento é diferente do apresentado em terapia, por exemplo. O que deve ser considerado no diagnóstico e no tratamento.....

Agora sim....um artigo para complementar a visão sobre o Autismo e suas complexidades.


Autismo Infantil

 
O que é ?
A definição de autismo segundo "The National Society for Autistic Children" - USA - 1978 diz que autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave, durante toda a vida. É incapacitante, e aparece tipicamente nos três primeiros anos de vida.


Epidemiologia

Acomete cerca de 5 entre cada 10.000 nascido e é quatro vezes mais comum entre meninos do que meninas. È uma enfermidade encontrada em todo o mundo e em famílias de toda configuração racial, étnica e social.

Causas

Não se conseguiu provar nenhuma causa psicológica no meio ambiente dessas crianças que possa causar autismo.

Características

Para entendermos um pouco melhor sobre o tema e como saber se alguém é autista, citarei algumas das características comportamentais da criança autista. Estas características foram adaptadas, pela AMA-SP (Associação dos Amigos da criança Autista). São elas:
• Resistência a métodos normais de ensino,

• Risos e gargalhadas inadequadas;

• Ausência de medo de perigos reais;

• Aparente insensibilidade à dor;

• Não se "aninha" ;

• Forma de brincar estranha e intermitente;

• Não mantém contato visual;

• Conduta distante e retraída;

• Indica suas necessidades através de gestos;

• Age como se fosse surdo;

• Crises de choro e extrema angústia por razões não discernivies;

• Gira objetos;

• Dificuldades em se misturar com outras crianças;

• Resiste a mudanças de rotina;

• Habilidades motoras fina/grossa desniveladas;

• Hiperatividade física marcante e extrema passividade;

• Repetição de frases ou palavras;

• Apego inadequado a objetos;

Autismo e Terapia Ocupacional

Observou-se que o autista possui dificuldades básicas no seu desenvolvimento. Necessita de muita previsibilidade porque não consegue interpretar com adequação noções temporais. A compreensão da passagem do tempo e do raciocínio seqüencial dos fatos e eventos parece estar muito prejudicada no autista.
Também foi detectado a necessidade que os autistas tem em compreender os espaços, não elaboram com espontaneidade o que vão fazer, quando, e onde. Estas dificuldades somada a observação de que os autistas são extremamente visuais, ou seja, vêem os elementos de seus pensamentos como imagens concretas e visuais. Em outras palavras, o que pode ser visto e gravado como imagem concreta a nível de cérebro tem função para os autistas; o que necessita de elaboração, introspecção ou interpretação social é extremamente diícil para eles.
Daí a grande dificuldade de entenderem a realidade, as regras e os manejos sociais, pois a vida social é pura interpretação e não simplesmente uma imagem observável que pode ser gravada e arquivada como conhecimento.
Diante deste contexto para finalizar citarei um trabalho muito utilizado para o tratamento com crianças autistas, o Método T.E.A.C.H - Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handicapped Children (tratamento e educação para autistas e crianças com déficits relacionados à comunicação), da Universidade da Carolina do Norte, Chapel Hill, E.U.A. O método surgiu nos Estados Unidos em 1966, após um trabalho intenso de pesquisas e observações, realizadas pela equipe do Dr. Eric Schopler. Este, propõe um trabalho para a criança autista baseado extremamente nestas características: é visual porque diz a criança o que fazer através de cartões de desenhos com as ações, ele prevê as ações e as estruturas, trabalhando as características de estruturação e previsibilidade.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A Atuação da Terapia Ocupacional com Crianças Portadoras de Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor

Se pensarmos no desenvolvimento normal de uma criança, vamos ver que entre ela e seus pais se estabelece uma relação dialética entre o desejo dela e o desejo deles. Desejo para o ser humano, é a própria manifestação da busca da auto-suficiência e da imortalidade, uma vez constatada sua fragilidade.
A criança é frágil, depende dos pais para sua alimentação e todas as outras necessidades básicas de sua vida. No aspecto psíquico, é na relação com os pais que a criança vai se experimentando, colocando no mundo a expressão de sua ação e seu desejo. Para os pais, o filho representa a sua própria continuidade.
Uma relação de boa qualidade envolve adultos capazes de entrar em contato com as próprias expectativas e ansiedades no que se refere à criança, valorizá-la, colocar-lhes limites, vivendo junto com ela o seu cotidiano de descobertas. Essa relação permitirá que a criança vá se fortalecendo e adquirindo a autonomia e desenvolvimento necessário e esperado a medida que cresce.
Já com a criança portadora de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, alguns fatores podem dificultar uma relação de boa qualidade. Por fatores neurobiológicos, muitas vezes, elas apresentam dificuldade de reconhecer e expressar o seu próprio desejo.
Os pais, as vezes, pela sensação de frustração de suas expectativas ao constatarem a deficiência da criança, se não souberem lidar com essa situação e com esses sentimentos, correm o risco de abandona-la a sua própria sorte. Ou então por culpa, criam um esquema de superproteção. Nos dois casos, vão estar deixando de investir no filho. Ou seja, a expectativa dos adultos influenciam a criança. Se os pais não esperam nada, a criança não tem nada que dar em troca.
A atuação do Terapeuta Ocupacional com crianças com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor enfoca, principalmente a melhora e competência nas áreas do desenvolvimento neuropsicomotor e auxiliar a família no manejo com a criança.
A prática de Terapia Ocupacional necessita ser adequada para cada criança, ou seja, individualizada. Deve ser percebida em seus aspectos físicos, sensoriais, cognitivos, emocionais e sociais. O Terapeuta Ocupacional deve estar familiarizado com as etapas do desenvolvimento humano, suas seqüências, funções e habilidades e assim relacionar com as necessidades da criança no contexto saúde e disfunção.
No processo terapêutico, a estimulação deve acontecer sempre, em todos os contatos e encontros. Devemos observar também que o ambiente e uma situação diferente para a criança, altera o seu funcionamento normal. Outro aspecto importante é a freqüência e continuidade das avaliações para se adequar a condução, direção do processo terapêutico ocupacional e o registro de suas evoluções.
Para verificar a eletividade de uma criança para um trabalho de Terapia Ocupacional, faz-se a anamnese. O profissional entrevista o responsável pela criança para investigar sobre o histórico pré, peri e pós natal e o motivo de buscar tal atendimento, observando a criança na realização de atividades, identificando a situação sócio-econômica e culturais da família.
Após faz-se a avaliação. A avaliação de crianças com atraso de desenvolvimento neuropsicomotor é realizada através da observação e aplicações de testes, roteiros (padronizados ou não), para identificar os aspectos que estão impedindo um desenvolvimento satisfatório.
A seguir ocorre a interpretação dos dados para identificar as capacidades e as necessidades da criança., elabora-se o plano de tratamento e orienta-se a família quanto as condutas que devem ser seguidas.
É esse o papel transformador do profissional. Ajudar a criança com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor a descobrir, manter e desenvolver sua linguagem própria, o que vai lhe permitir dominar o ambiente e ser feliz.

Trabalho da terapia ocupacional com crianças com paralisia cerebral

Quando uma família tem a noticia de que seu filho teve uma paralisia cerebral, encontra grandes dificuldades em aceitar e também em procurar auxilio de outros profissionais.  Mais algo importante após o diagnóstico é a intervenção precoce, ou seja, aquela que se inicia logo após o diagnóstico, com obetivo de estimular diferentes vivências, proporcionando oportunidades da crianças em conhcer seu corpo, integra-ló cognitivamente e adequar-se as suas limiitações para movimentar-se (SALGUEIRO).

O diagnóstico de Paralisia Cerebral pressupõe um amplo e cuidadoso diagnóstico diferencial. Esse diagnóstico deve ser realizado, sempre, por uma equipe multidisciplinar (TO, Psicólogo, Fisioterapeuta, Neurologista, Ortopedista entre outros) e o mais precoce possível. E a comunicação entre os membros dessa equipe é crucial para uma boa evolução do caso.
A dinâmica do trabalho da Terapia Ocupacional se dá através de anamnese junto à família.
A avaliação da criança com Paralisia Cerebral em Terapia Ocupacional envolve os aspectos: cognitivo, emocional, comunicação, coordenação motora global e fina, habilidades manuais (preensão, atividades bimanuais, dominância manual, força muscular, uso funcional dos membros superiores), integração perceptivo-sensorial (percepção tátil, controle visual, percepção auditiva), habilidades sociais, grau de independência nas Atividades de Vida Diária (alimentação, higiene, vestuário). O ponto de partida da avaliação é a atividade da criança em relação ao ambiente.
Na Paralisia Cerebral, a ênfase é dada às reações posturais, habilidades motoras e organização da criança diante das atividades e situações.
O plano de tratamento é baseado na avaliação inicial, nas necessidades individuais. Na Paralisia Cerebral, existem particularidades de tratamento (princípios norteadores) de acordo com os tipos de paralisia cerebral: espástica (quadriplegia, diplegia, hemiplegia), atetóide, atáxica. Mas, em geral, a Terapia Ocupacional atua no sentido de aumentar o grau de funcionalidade global, conduzindo a criança para novas aprendizagens, dentro dos objetivos traçados na avaliação.
De acordo com o método Bobath, o brincar é o trabalho da criança, e é onde a criança pratica habilidades e ensaia papéis. Conforme o brincar se desenvolve, torna-se organizador das habilidades. O sucesso da criança reforça a repetição e providencia as bases para a aprendizagem e o desenvolvimento. O brincar leva ao domínio de muitas habilidades necessárias para o crescimento e a vida adulta.
Desta forma, as brincadeiras são integradas aos objetivos do tratamento em Terapia Ocupacional, e serão propostas atividades para encorajar a criança a desenvolver novas habilidades.


Fonte: http://www.webartigos.com/articles/11558/1/Deficiencia-Fisica-Paralisia-Cerebral-Infantil/pagina1.html#ixzz0yQDDdeL1